Paulo Freire...sei que...
ESCOLA,PROJETO PEDAGÓGICO E CURRÍCULO atividade_5
Paulo Freire já faz parte de minhas leituras a um bom tempo, de inicio pelo curso de magistério e após quando ingressei na profissão sempre foi uma base para o meu agir e pensar.
Um dos livros que penso ser bastante coerente me valer dele, para expor aqui minha visão de educação é o PEDAGOGIA DA AUTONOMIA.
O tema central deste livro é a formação de professores, o que nos remete a uma reflexão sobre a prática educativo- progressista em favor da AUTONOMIA dos alunos, pois como Paulo Freire nos diz ?FORMAR é muito mais do que simplesmente EDUCAR.? . Penso que esta é uma obra que deve ser considerado como texto essencial de leitura e reflexão pelos responsáveis da educação e formação a todos os níveis de ensino.
Paulo Freire quer que o educador assuma sua postura de sujeito de produção do saber e não apenas transferir conhecimentos, quer nos dizer que ?pensando certo? construiremos um mundo melhor, precisamos ser otimistas, que ensinar é aprender e é assim que se entende a prática educativa como um exercício constante em favor da produção e do desenvolvimento da autonomia de educadores e educandos.
Onde refleti muito é quando diz que, toda a curiosidade de saber exige uma reflexão crítica e prática, de modo que o próprio discurso teórico terá de ser aliado à sua aplicação prática.
O que me preocupa? Como é fácil ouvir professores falando de respeito, de ética, mas na prática são imutáveis, permanecem transferindo conhecimentos sem uma ?direção?, sem uma ?relação?, desrespeitam o educando, permanecendo com suas verdades absolutas, deixam assim de considerar os educandos como seres humanos, portanto, seres histórico-sociais.
Segundo Freire, "o educador que 'castra' a curiosidade do educando em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica? (63). A autonomia, a dignidade e a identidade do educando têm de ser respeitada, caso contrário, o ensino tornar-se-á "inautêntico, palavreado vazio e inoperante? (p.69), trago aqui também a minha preocupação com a Educação Infantil, pois é comum vermos professores mal preparados e julgando desnecessário um estudo maior por tratarem-se de crianças ainda muito pequenas, negando conhecimentos e experiências trazidas por eles antes de chegarem a escola.
Então além de eu pensar na minha prática é necessário que eu tenha a minha identidade, uma identidade política. Pois tenho um posicionamento diante do mundo e como dizer que formo educandos críticos, se submeto-me a tudo e a todos sem questionar os ? porquês? .
É preciso uma reflexão sobre os poderes dentro da escola, sobre qual futuro almejamos, sobre quem é o ser que aqui se apresenta, quais são os conhecimentos que já possuem e como são construídos.
Paulo Freire não nos dá ?receitas? de uma prática, pelo contrário, nos mostra que isto não é possível, pois cada um possui sua individualidade, sua experiência de vida e implantar um ?sistema? único para todos seria romper e negar que cada pessoa é um ser único.
? Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele.? (p.59), a busca do ?ideal? faz parte do ser humano, é necessário seguir em frente e sempre procurar por algo que melhor possa ser realizado, não por uma ou duas pessoas, mas sim pelo número maior de pessoas que possam ser atingidas e é isto que busco em minha prática e na minha formação acadêmica, tendo consciência de meu inacabamento e sabendo também que ? os obstáculos não se eternizam.?(p.60).
Digo então que a Educação passa por muitos lugares, pelas vozes que podem ser ouvidas ou caladas, pela possibilidade dos educandos e educadores de expressarem-se, de dizerem-se, respeitarem-se, de comprometerem-se com o outro, de fazerem-se enquanto ?seres inacabados?.
:: Postado Por Andréia Nunes
:: Hora domingo, outubro 15, 2006
Nome:Andréia Nunes
Profissão:Professora
Cidade:São Leopoldo
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