sexta-feira, janeiro 12, 2007

PROJETO POLITICO-PEDAGÓGICO, CURRÍCULO E DIDÁTICA

Esta última atividade, foi para mim também um passeio pelas minhas outras produções.
E pensei que através de um apanhado geral, seria a melhor forma de demonstrar as aprendizagens que realizei e os pensamentos que tenho após as leituras dos textos indicados neste primeiro semestre de graduação e com leituras que realizei na minha caminhada de educadora, sobre projeto político pedagógico, currículo e didática.
Discutir o currículo da escola, no contexto de uma sociedade complexa, implica uma tomada de posição no presente, hoje, para fecundar o futuro. Paulo Roberto Padilha

Tomaz Tadeu Silva, primeiro autor que li e falava sobre currículo, traz a idéia de teorias do currículo como ?discursos? para mostrar que não há uma definição de currículo, mas sim definições a partir do que cada teoria define como currículo.

Há teorias que enfatizam diferentes discussões, algumas dão mais ênfase a natureza humana, outras a natureza da aprendizagem, do conhecimento, da cultura ou da sociedade, mas todas devem ter como questão básica ? o que eles ou elas devem saber? Qual conhecimento ou saber é considerado importante ou válido ou essencial para ser considerado parte do currículo??( Silva, 2004:14-15), Padilha diz que devemos considerar não só o que devem saber, mas também como, para que, por que e quem deve aprender este ou aquele conhecimento?.( Padilha, 2004:144).

Uma teoria do currículo, justifica o porquê de tal conhecimento ser enfatizado e outros não e pensa também que tipo de pessoas considera-se ideal. ?No fundo das teorias do currículo está, pois, uma questão de identidade ou de subjetividade.? (Silva, 2004:15)

Há teorias tradicionais, criticas e pós-críticas do currículo.

A tradicional é neutra, cientifica e desinteressada, e são caracterizadas pela ênfase ao ?ensino, aprendizagem, avaliação, metodologia, didática, organização, planejamento, eficiência e objetivo.?( Padilha, 2004:122)

As teorias críticas e pós-criticas estão sempre perguntando e questionando a ênfase de algum ensinamento ao invés de outro, preocupando-se com a conexão: saber, identidade e poder. As criticas trazem a preocupação com poder, classe social, capitalismo, reprodução cultural e social, ideologia, conscientização, emancipação e libertação, currículo oculto e resistência, cita-se Paulo Freire, Giroux, Apple.

As pós-criticas consideram ?a identidade, alteridade, diferença, subjetividade, significação e discurso, saber-poder, cultura, gênero, raça, etnia, sexualidade e multiculturalismo?.( Silva in Padilha:123), da ideologia para o discurso, cita-se Tomaz Tadeu da Silva.

Muitas ?falas? ainda trazem o currículo como grade curricular, como de certa forma ocorre na LDB n.º 9394/96, que indica os conteúdos que devem ser estudados, como devem ser organizados e realizados, além da preocupação da formação do profissional de educação.

... o desafio dos campos de investigação em educação é o de servir ao aprimoramento da prática docente e da qualidade de ensino, com base em objetivos emancipatórios. As carências de formação do professorado, as condições de vida, as condições de aprendizagem, que penalizam a maioria das crianças e dos jovens brasileiros, não permitem o luxo de deixar permanecer as discussões apenas no âmbito da discussão académica. José Carlos Libâneo

É necessário reavaliar os cursos de formação docente, e ter a consciência de que a formação de um professor é algo contínuo, isto é, ele deve estar sempre em busca da melhoria da profissão e das questões pertinentes a educação. Isto também faz parte do currículo.

A discussão sobre currículo deve ser aberta a sociedade, havendo assim uma descentralização de poderes, e fazendo assim a nossa escolha de que futuro almejamos. E para que esse futuro desejado seja alcançado é necessário que iniciemos no hoje, para assim não cairmos no fatalismo das reclamações sem atitude tomar.
Construímos conhecimentos não só na escola, mas em todo o ?meio? que nos cerca. Tive muitas aprendizagens significativas no meu tempo de escola, mas não só no espaço escolar. A escola trouxe amizades e conhecimentos variados além dos ensinados na sala de aula, as variadas brincadeiras, as conversas sobre vida, amor, família, meio ambiente... certamente foram aprendizados que são atuais sim, pois é o que me faz enquanto pessoa, assim como ? os componentes curriculares?. É necessário valorizar os conhecimentos que os educandos trazem consigo, suas diferenças, individualidades, as pessoas que já são.

Uma proposta de ação é o projeto político-pedagógico onde é preciso pensar sobre o currículo, que deve ser construído com todos os seguimentos da escola, iniciando assim o processo de mudança necessário.

São incipientes as práticas que favorecem a discussão coletiva e a elaboração de projetos comuns. Raros são os tempos e os espaços instituídos na escola para este exercício. A redação do documento decorre de um processo que, embora já executado em todas as escolas em âmbito nacional, por força de determinação legal, ainda não adquiriu consistência.( FILIPOUSKI, 2005)

Penso que o Projeto Político ?Pedagógico da escola precisa passar por uma avaliação geral de todos ,e precisa igualmente da contribuição dos alunos para que seja algo real e verdadeiro. Deixando de lado essas concepções de alunos como objetos e de documento como simples compromissos burocrático, e passar a fazer parte da realidade escolar.

Penso também que ao construir o Projeto da Escola, como muitos dos sujeitos, que deveriam fazer parte deste processo, não participam, fica difícil que a idéia de poucas pessoas sejam pela maioria tomadas como verdadeiras. O que faz com que quem o elaborou, ou nele apoia-se deve ter muito persistência e compreensão, pois o trabalho pode ser árduo, mas como nos diz Paulo Freire : ?mudar é difícil ,mas é possível.?.

A didática ocupa-se dos processos de ensino e aprendizagem na sua globalidade, na sua interseção ou interação, com a finalidade de orientar o trabalho do professor. Portanto, ensino como atividade prática, melhor dizendo, práxis, que é, também, fonte de investigação, estimulando o próprio professor a descobrir suas possibilidades de ação. Com esse entendimento, a didática apropria-se das teorias de aprendizagem, das teorias do conhecimento, da teoria da educação, da teoria curricular, e as reordena, as reestrutura, em teorias do ensino.( Libâneo, 2002)

Diga-se então que tendo o professor descoberto como organizar sua prática, e avaliá-la e perceber se esta corretamente está assim contribuindo para o crescimento e aprimoramento de todos os envolvidos.
Na educação infantil observo o quanto é importante a forma que a educação é vista e isto afeta as relações e a aprendizagem, pois em muitos casos onde um professor trabalha com outro profissional, o que ocorre na maioria das salas, os dizeres e ações são diferenciados.

É preciso educar para a cidadania, com ética e coerência, discutir com os educandos desde cedo seus direitos e deveres.

Mas com uma renovação de pensamentos e ?olhares? é possível construirmos a escola que desejamos, agregando é claro a visão de todos do que é educação, trabalhando isto da melhor forma, para que no futuro não sejamos obrigados a assistir a mídia trazendo a questão distorcida do verdadeiro sentido da palavra DIREITOS e CIDADANIA. Seres humanos críticos e comprometidos, é disso que a sociedade atual precisa e uma parte disto está em NOSSAS MÃOS.

Textos analisados:

FILIPOUSKI, Ana Mariza Ribeiro; SCHÄFFER, Neiva Otero. Projeto Político-Pedagógico, documento de identidade da escola contemporânea. In: FILIPOUSKI, Ana Mariza Ribeiro; MARCHI, Diana Maria; SCHÄFFER, Neiva Otero (orgs.). Teorias e fazeres na escola em mudança. Porto Alegre: UFRGS, 2005.
LIBÂNEO, José Carlos. Os campos contemporâneos da Didática e do Currículo: aproximações e diferenças. In: OLIVEIRA, Maria Rita N. S. (org.). Confluências e divergências entre Didática e Currículo. 2ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2002. (Série Prática Pedagógica).
PADILHA, Paulo Roberto. Currículo intertranscultural, novos itinerários para a educação. São Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire, 2004. Capítulo 2: Currículo, complexidade e círculo de cultura.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade, uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte, 2004. Capítulo: Teorias do currículo, o que é isto?

:: Postado Por Andréia Nunes
:: Hora sexta-feira, janeiro 12, 2007




Comments:
Olá!
Com textos como este eu me apaixono!
Brincadeiras á parte gostaria de saber o que vc acha do federalização do ensino e como aplicar Leonardo Boff(?)e Freire, quando possuimos uma massa tão grande de professores desinteressados e pior, muito mal preparados!Libertação já!
Abraço!
 
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Nome:Andréia Nunes
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